Fatores que influenciam nos preços dos fertilizantes

Os fertilizantes desempenham papel fundamental na agricultura e têm sido um elemento chave para o crescimento da produtividade agrícola mundial no último século. Além disso, considerando o aumento contínuo da população mundial, a utilização de adubos continuará sendo crucial para o atendimento da demanda mundial de alimentos e outros produtos agrícolas. Desta forma, o setor de fertilizantes seguirá também em expansão.

As oscilações econômicas mundiais, como as variações do dólar, e as questões envolvendo a guerra entre Rússia e Ucrânia, continuarão como pontos de atenção para o mercado. Compreender como funcionam alguns aspectos específicos do mercado, como a formação dos preços dos fertilizantes, é fundamental para quem deseja gerir de forma mais otimizada os custos operacionais das lavouras.

O aumento do custo dos fertilizantes não é provocado por um motivo isolado. Na verdade, ele é resultado de um conjunto de fatores que impactou todo o setor de produção e distribuição de insumos agrícolas, como a pandemia, a guerra na Ucrânia, a crise energética global, condições climáticas, preço do dólar e preços das commodities agrícolas.

O aumento dos preços dos fertilizantes começou a ser registrado no início da pandemia da Covid-19. No início de 2020 existiam poucas informações sobre a doença, que se espalhou rapidamente pelo mundo e provocou milhares de mortes num curto espaço de tempo. Em função disso, muitas empresas e fábricas tiveram que fechar as portas ou adotar regimes de trabalho diferenciados para proteger seus colaboradores e cumprir as regras sanitárias vigentes. Essas mudanças – que impactaram o estilo de vida, o padrão de consumo e o trabalho de milhares de pessoas – afetou diversos setores, incluindo a indústria e o comércio de fertilizantes.

Como consequência, esse segmento também sofreu com a queda significativa da oferta desse insumo no mercado. E já que a lei da oferta e da demanda dita os preços dos produtos, a redução do volume de fertilizante disponível provocou o aumento do seu preço.

Apesar do conflito ser recente, a guerra já impactou significativamente toda a cadeia produtiva mundial de insumos. Afinal, a Rússia é um dos principais produtores de fósforo e potássio, entre outros nutrientes minerais utilizados na produção de fertilizantes. O problema é que, em função da guerra, a Rússia sofreu vários embargos econômicos que dificultam a comercialização de seus produtos para diversos países.

Além disso, com o avanço do conflito, os próprios russos suspenderam as exportações de insumos agrícolas para abastecer o mercado interno. Vale lembrar que a Rússia é o segundo maior produtor de gás natural do planeta e era seu principal exportador até antes da guerra. Como a produção de fertilizantes nitrogenados depende de gás natural, a fabricação desse nutriente também foi afetada.

No cenário de alta do petróleo e problemas de abastecimento, vários países decidiram adotar o gás natural como fonte de energia, provocando um aumento significativo no preço do gás. E é aqui que começa o impacto no preço dos fertilizantes nitrogenados. Como a produção de vários fertilizantes à base de nitrogênio exige o uso de um grande volume de gás natural, o preço desse insumo também aumentou. Com o aumento do preço do gás natural e por estar diretamente ligado ao preço da UREIA como exemplo, fez com que o valor desse insumo aumentasse.

A demanda de fertilizantes é um fator que está intimamente relacionado com a produção agrícola e as condições climáticas da safra. Quando a safra sofre com a falta de chuvas ou outros fenômenos climáticos, a demanda por insumos diminui. Desta forma, os preços dos adubos sofrem redução.

Outro fator importante, é o preço do dólar. Apesar de grande potência agrícola, a indisponibilidade de recursos naturais para a fabricação, entre outros motivos, torna o Brasil dependente da importação de fertilizantes para a produção de suas lavouras. Ou seja, as oscilações econômicas mundiais, como as variações do dólar, continuarão como ponto de atenção para o mercado de fertilizantes.

 Uma das consequências da grande dependência de importações de fertilizantes é que o preço deles acaba atrelado às flutuações da principal moeda de câmbio: o dólar. Desde março de 2020, a cotação do dólar vem fechando acima ou próxima de R$5 e influenciando o valor final dos fertilizantes para o agricultor.

Por fim, o preço de commodities agrícolas como milho e soja impacta no preço dos fertilizantes à medida que altera o bolso do produtor agrícola. Quando os preços dos grãos estão baixos, o produtor destes grãos recebe um valor menor ao fim da safra. Desta forma, o produtor reduz sua aquisição de adubos, o que leva ao aumento dos estoques destes produtos, caso não ocorra redução dos preços destes insumos. Diante do cenário oposto, de alta dos preços dos grãos, produtores têm maior poder de compra e buscam adquirir maior volume de adubos para produzir e lucrar mais com o valor elevado dos preços das commodities.

Sendo assim, “As relações de troca com as principais commodities agrícolas, como a soja e o milho, serão fundamentais para ditar os volumes demandados pelo Brasil e Estados Unidos, importantes consumidores. “A perspectiva é de que o consumo aumente devido à melhora do poder de compra dos agricultores com os preços dos fertilizantes mais favoráveis neste ano em relação a 2022.”

Como considerações finais, podemos informar que os fertilizantes são essenciais para a garantia de boa produtividade agrícola e atendimento da demanda de produtos agrícolas.  Por serem parte significativa do custo de produção agrícola, o acompanhamento dos preços dos adubos é uma atividade importante para o planejamento do produtor que visa aumentar a rentabilidade de seu negócio e entendimento dos fatores que alteram os preços dos fertilizantes no mercado internacional visa facilitar este processo.

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